Hoje meu aluno chorou!
- Pedagogia para a Vida
- 2 de jul. de 2023
- 3 min de leitura
Vamos falar sobre
Educação Emocional e Bullying?!
Parece algo corriqueiro não é? Um choro aqui, outro ali...
Ás vezes um conflito, uma briga e depois acabam fazendo as pazes ou o assunto muda com outra brincadeira.
Acontece com crianças pequenas, com as grandes e também com os adolescentes... ok.
Mas como acolhemos este choro?
Mas como mediamos o conflito?
Será que realmente olhamos nos olhos desta criança e reconhecemos seu sofrimento ou foi apenas algo corriqueiro que passou?
Será que sabemos identificar?
Os conflitos nos intervalos, recreios escolares e mesmo em casa entre irmãos são ótimos motivos para se iniciar este trabalho com as crianças e adolescentes.
Este pode ser o disparador para muitas atividades lúdicas, diálogos construtivos e acolhimento de suas emoções.
Precisamos ficar atentos e observar sempre o comportamento de nossos estudantes e filhos. E então partir para mão na massa e ajudá-los a enfrentar seus desafios.
E foi assim que aconteceu... com meu estante.
Já estávamos a 1 semana trabalhando com este tema - Educação Emocional e Bullying.
Foi uma semana intensa de atividades lúdicas e muita conversa, muita troca... todos queriam compartilhar suas angústias, problemas, dores... outros não muito mas se sentiram incentivados com o compartilhar da turma.
Unimos as turmas de 5º e 6º anos com crianças de 10 a 12 anos. É uma idade de transição, um sentir a flor da pele e conflitos variados.
Passaram 4 dias de trabalho e com nossa atenção e observação, já percebi que as atividades acessaram memórias de dor, de sofrimento, de incompreensões e desrespeito. Isso fica aflorado e basta uma faísca para as crianças desaguarem.
E assim foi... Um grupinho de meninos reunidos. Um colega recém chegado na escola tenta se enturmar, mas não teve êxito. Aquilo foi o motivo para sair de repente de dentro de sala, se esconder e não querer falar com ninguém.
Dei um tempo, disse que estava tudo bem e quando sentir eu poderia estar ali com ele para ouvir.
Mas ele se afastou e foi para a natureza logo perto do pátio da escola.
Lhe permiti este tempo e fui para sala de aula já que estavam todos esperando a próxima atividade.
Todos já estavam prontos para um belo filme e então resolvi vê-lo novamente.
Ele já estava voltando, mas com muitas lágrimas nos olhos.
Fomos para a matinha, sentamos em meio a natureza e conversamos.
Agradeci internamente por ter também conhecimento terapêutico e ali ele se abriu.
Pude perceber suas memórias de dor sofridas por bullying em outras escolas e na rua bem vivas naquele momento. Suas memórias de dor o aprisionam e não o permite ver que pode estar vivenciando algo diferente.
Sentia medo por achar que não conseguiria prosseguir estudando pois era muito difícil tudo aquilo que passava.
Sentia medo de ter que mudar de escola novamente, ir para cidade dos pais e deixar sua avó com quem morava e amava muito.
Sentia medo de ter que tomar mais remédios para ficar calmo.
Dizia que tentava fazer novas amizades. Se fazia de feliz e brincava, mas por dentro era só tristeza.
Tudo isso passava pela sua cabecinha e seu coração... uma enxurrada de emoções misturadas que o deixavam sem saída.
Por isso uma conversa empática, ativa e acolhedora é fundamental.
Nos permitir ter este tempo para estar com seu estudante ou filho é também primordial.
Mas estamos sempre correndo... o tempo da aula, sua classe te espera, ou os afazeres do dia a dia.
E nunca nos permitimos nos doar o tempo necessário para dar a segurança para sua criança.
Este tempo e entrega é o presente que podemos oferecer.
Ao final da conversa, por uma "coincidência" da vida, o colega que "gerou" este mal entendido se aproximava para informar que o tempo de aula acabou.
Ele viu o outro colega em lágrimas... foi o momento de trabalhar a empatia.
Depois esclarecemos o assunto... mais um momento para ver que foi um mal entendido.
O momento do pedido de desculpas chegou e eles sentiram de verdade o ponto de vista de cada um.
Meu estudante se acalmou... estava em paz.
E vou prosseguir com nossos momentos de Educação Emocional... levar mais ferramentas para que estas crianças e suas famílias possam seguir em frente com mais harmonia e paz no coração.
Me acompanhe nas redes sociais e no grupo telegram para ver o processo deste trabalho.
Aproveito para compartilhar um belo vídeo que fala de Esperança e Empatia!
Por um mundo com mais corações abertos!
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